sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Moda, Orgulho e Preconceito


Moda é glamour. Moda é fantasia. Moda é brilho. Moda é luxo. Moda é festa. Moda é beleza. Essas são algumas das primeiras idéias que surgem na cabeça quando se pensa o que é moda. Essas associações podem até ser verdade, mas são perigosas. Levam a uma generalização preconceituosa: Moda é futilidade.

Grande bobagem. Ninguém anda nu por aí. Todo mundo se veste. Seja com roupas da grife do momento, seja com peças vendidas nas grandes lojas de departamento e nos camelôs. A moda faz parte da roda do capitalismo e como qualquer outro setor se alimenta do consumo. Em entrevista ao site da Abril, o estilista Jum Nakao comenta que:

Transformar a percepção da moda como algo que não é fútil é um grande desafio. Vivemos tempos de extrema futilidade, quando somente a camada mais externa e superficial é valorizada. A função, o conhecimento e a razão não mais importam. Por esta perspectiva, a moda se tornou extremamente fútil. Não somente a moda... Mais do que nunca nos distanciamos do saber e nos limitamos a superfície. Por isto idealizamos esta exposição. É apenas uma pequena ação no contrafluxo, mas a partir de um passo se constrói um caminho.

É preciso que se entenda que a Moda é Comunicação. Mesmo aquele que se declara despretensioso no ato de comprar uma roupa vai sinalizar alguma posição quando utilizar a peça. Em seu artigo na Revista de Antropologia, Alexandro Bergamo afirma que:

Longe de ser uma criação artística que escapa à razão, ou a mera expressão da futilidade alheia, a roupa é uma construção racionalizada: permite comunicar o sentido da posição do indivíduo dentro da estrutura social, é seu instrumento de realização. Ou, em outros termos, aciona os interesses em jogo entre os diversos grupos.


Assim como presenciamos a epidemia das fashionistas, outras gerações conviveram com a moda hippie, o luxo e a ostentação das Cortes, a rebeldia dos punks e os exageros dos yuppies...os exemplos são inúmeros e só reforçam que a moda é mais uma forma de contar a história de uma geração.

(Foto retirada do editorial Shop til you drop, da Harper's Bazaar de Agosto. Fotógrafo: Terry Richardson/Modelo: Magdalena Frackowiak)

Um comentário:

  1. Então se algumas pessoas andassem nuas por aí isso não podia ser chamado de moda?
    Tem sempre os adereços. rs

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